O que farei de minha vida?
Na vida existem muitas possibilidades, muitos caminhos, muitos rios, muitas escolhas. Todos os dias nossa liberdade é provocada em vista de opções que devemos fazer. Aliás, a pessoa humana não consegue ficar sem optar. Escolher é necessário e, quando a escolha é bem-feita, faz-se experiência de uma grande liberdade.
Todos buscamos a realização plena como pessoas e como cristãos. São muitas as maneiras de alguém se realizar. São muitos rios que conduzem ao mesmo oceano. É preciso escolher o melhor, onde as possibilidades de realização são maiores.
Quem não gostaria de ser pessoa sempre mais alegre, lúcida, vibrante, serviçal...? O desafio é enfrentar as encruzilhadas da vida: para, pensar, refletir, rezar e escolher o caminho que mais nos permite viver tais realidades.
O ideal seria admitirmos e contemplarmos todas as propostas que se apresentam diante de nossos olhos. Refletir e acolher todas as vocações como possibilidades de realização, como caminhos possíveis para mim. Ora, todas as vocações são boas. Porém, é necessário escolher o caminho por onde Deus nos chama e quer guiar e acompanhar. E se ele chama, também nos acompanha e dará toda a graça necessária para bem viver esta vocação: “Eis que estarei convosco todos os dias” (Mt 28,20).
Somos chamados a ser missionário. De fato, o Espírito Santo de Deus é missionário e nos faz missionários. Quem sai ganhando com as vocações missionárias é o povo de Deus. Povo este que reza, que se organiza, que celebra, que resiste contra todas as forças da não-vida, que vive a vida em mutirões e em festas, entre lágrimas e sorrisos, entre chegadas e recomeços... sem jamais perder a esperança.
O leigo comprometido não é servo de ninguém a não ser do amor de Deus, que o ama, chama e envia. O leigo é fiel à sua consciência, pois sabe que tem responsabilidade enorme e única na caminhada do povo peregrino de Deus. A presença atuante e viva dos leigos não é favor, mas exigência do fato de ser cristão. Neste contexto e atmosfera, o matrimônio é caminho muito querido por Deus. Reflete o amor fiel de deus para com a humanidade, para com a sua Igreja. Casar é assumir o outro com diferente e, a partir desta diferença, assumir um projeto de vida comum.Fazer que a vida surja do lar cristão. Olhar juntos na mesma direção. Constituir uma família em nossos dias é desafio extremamente realizador quando assumido com humildade e com coragem.
Ser religioso ou religiosa é ser, acima de tudo, pessoa consagrada: a Deus a ao serviço de ser povo. É amar a vida, participar da luta deste povo peregrino em busca de vida mais digna, mais humana e mais bela de ser vivida. A pessoa consagrada a Deus gasta todo o seu tempo, suas qualidades, sua vida par instaurar a vida de Deus neste mundo marcado por competição, hedonismo, dominação, exploração, egocentrismo, injustiças, individualismo exclusão. É nesta sociedade concreta que o religioso afirma – com suas palavras e com vida – que Deus é o único Absoluto, o único bem necessário. Os religiosos são pessoas concretas que deixam pais, amigos, bens, namorado (a), a terra natal... tudo, porque querem ser todo de Deus e estar totalmente disponíveis para o serviço de seu povo.
A vocação sacerdotal é caminho belo, nobre e desafiante em nosso dias. O vocacionado que quer seguir este caminho faz opção radical e deixa tudo para que, em disponibilidade total, possa servir aos preferidos de Deus.O padre é homem em comunhão: com Deus e com seu povo. Comunga e partilha as alegrias, os sofrimentos e as esperanças que fazem a história e a caminhada do povo de Deus. É sinal vivo da presença amorosa, misericordiosa e atuante de Deus na história deste mesmo povo.
Portanto, você está diante de caminhos diferentes. Todos muito bons. Não há vocação melhor ou pior. O importante é escutar a voz de Deus e a voz de nosso povo par acolher o convite gratuito de Deus. A pessoa se realiza, dependendo do modo e da intensidade com que vive o chamado que Deus lhe faz. Tenha a certeza: se Deus chama, também acompanha todos os passos daquele que amorosamente chamou. É próprio do amor de Deus acompanhar a caminhada dessa pessoa e dar força para que possa ser forte e fiel como peregrino da esperança neste mundo.
Na vida existem muitas possibilidades, muitos caminhos, muitos rios, muitas escolhas. Todos os dias nossa liberdade é provocada em vista de opções que devemos fazer. Aliás, a pessoa humana não consegue ficar sem optar. Escolher é necessário e, quando a escolha é bem-feita, faz-se experiência de uma grande liberdade.
Todos buscamos a realização plena como pessoas e como cristãos. São muitas as maneiras de alguém se realizar. São muitos rios que conduzem ao mesmo oceano. É preciso escolher o melhor, onde as possibilidades de realização são maiores.
Quem não gostaria de ser pessoa sempre mais alegre, lúcida, vibrante, serviçal...? O desafio é enfrentar as encruzilhadas da vida: para, pensar, refletir, rezar e escolher o caminho que mais nos permite viver tais realidades.
O ideal seria admitirmos e contemplarmos todas as propostas que se apresentam diante de nossos olhos. Refletir e acolher todas as vocações como possibilidades de realização, como caminhos possíveis para mim. Ora, todas as vocações são boas. Porém, é necessário escolher o caminho por onde Deus nos chama e quer guiar e acompanhar. E se ele chama, também nos acompanha e dará toda a graça necessária para bem viver esta vocação: “Eis que estarei convosco todos os dias” (Mt 28,20).
Somos chamados a ser missionário. De fato, o Espírito Santo de Deus é missionário e nos faz missionários. Quem sai ganhando com as vocações missionárias é o povo de Deus. Povo este que reza, que se organiza, que celebra, que resiste contra todas as forças da não-vida, que vive a vida em mutirões e em festas, entre lágrimas e sorrisos, entre chegadas e recomeços... sem jamais perder a esperança.
O leigo comprometido não é servo de ninguém a não ser do amor de Deus, que o ama, chama e envia. O leigo é fiel à sua consciência, pois sabe que tem responsabilidade enorme e única na caminhada do povo peregrino de Deus. A presença atuante e viva dos leigos não é favor, mas exigência do fato de ser cristão. Neste contexto e atmosfera, o matrimônio é caminho muito querido por Deus. Reflete o amor fiel de deus para com a humanidade, para com a sua Igreja. Casar é assumir o outro com diferente e, a partir desta diferença, assumir um projeto de vida comum.Fazer que a vida surja do lar cristão. Olhar juntos na mesma direção. Constituir uma família em nossos dias é desafio extremamente realizador quando assumido com humildade e com coragem.
Ser religioso ou religiosa é ser, acima de tudo, pessoa consagrada: a Deus a ao serviço de ser povo. É amar a vida, participar da luta deste povo peregrino em busca de vida mais digna, mais humana e mais bela de ser vivida. A pessoa consagrada a Deus gasta todo o seu tempo, suas qualidades, sua vida par instaurar a vida de Deus neste mundo marcado por competição, hedonismo, dominação, exploração, egocentrismo, injustiças, individualismo exclusão. É nesta sociedade concreta que o religioso afirma – com suas palavras e com vida – que Deus é o único Absoluto, o único bem necessário. Os religiosos são pessoas concretas que deixam pais, amigos, bens, namorado (a), a terra natal... tudo, porque querem ser todo de Deus e estar totalmente disponíveis para o serviço de seu povo.
A vocação sacerdotal é caminho belo, nobre e desafiante em nosso dias. O vocacionado que quer seguir este caminho faz opção radical e deixa tudo para que, em disponibilidade total, possa servir aos preferidos de Deus.O padre é homem em comunhão: com Deus e com seu povo. Comunga e partilha as alegrias, os sofrimentos e as esperanças que fazem a história e a caminhada do povo de Deus. É sinal vivo da presença amorosa, misericordiosa e atuante de Deus na história deste mesmo povo.
Portanto, você está diante de caminhos diferentes. Todos muito bons. Não há vocação melhor ou pior. O importante é escutar a voz de Deus e a voz de nosso povo par acolher o convite gratuito de Deus. A pessoa se realiza, dependendo do modo e da intensidade com que vive o chamado que Deus lhe faz. Tenha a certeza: se Deus chama, também acompanha todos os passos daquele que amorosamente chamou. É próprio do amor de Deus acompanhar a caminhada dessa pessoa e dar força para que possa ser forte e fiel como peregrino da esperança neste mundo.
Vocação matrimonial
Pensa-se às vezes que o termo vocação se aplica exclusivamente ao chamado religioso ou sacerdotal, como se Deus não se ocupasse dos que estão no mundo, deixando-os entregues à sua própria liberdade. Felizmente, a fé da Igreja nos permite dizer que o casamento é uma vocação e que convém preparar-se para ele e vivê-lo como um chamado para a santidade.
Se o casamento é uma autêntica vocação, ele deve conduzir os felizes beneficiários a viver no amor e a realizar nesta condição de vida a vocação universal do amor, que é próprio de todo homem. Portanto, é com estes sentimentos que convém nos prepararmos para o casamento.
Freqüentemente a reflexão que vem aos lábios dos noivos é a seguinte: “Esta moça (este rapaz) me convém perfeitamente, eu acho que ela (ele) me fará feliz”. Concepção altamente perigosa, visto que faz do outro o meio da nossa realização em vez de colocar a nossa própria vida a serviço do desabrochar do outro. Para saber se amamos realmente alguém com o objetivo de nos casarmos, devemos, ao contrário, fazer-nos a seguinte pergunta: “Desejo tornar o outro feliz? Estou pronto a lhe dar tudo, até a minha própria vida, realizando assim o mandamento do amor que Cristo confiou aos seus discípulos na véspera da sua morte?”.
Este desejo não é suficiente, ainda que necessário. Ele deve acompanhar os atos pelos quais manifestamos ao outro que estamos lhe dando a nossa vida. Aliás, é o que exprime muito claramente o ritual do sacramento do casamento: a fórmula de troca dos consentimentos não significa que dali em diante nós tomamos possessão da vida do outro para fazer dela o que bem entendermos, mas que nós o recebemos como um presente de Deus e lhe damos tudo que somos para amá-lo ao longo da nossa vida, na fidelidade e no esquecimento de nós mesmos.
Assim sendo, o casamento é a realização deste chamado universal para a santidade do amor, que caracteriza toda a vida humana. Visto que este chamado dirige-se a homens e mulheres pecadores, infalivelmente suscitará uma conversão. Não devemos receá-la, e, se formos realmente crentes, convém até desejá-la. O outro será assim o mais belo presente que o Senhor poderia nos dar, já que Ele nos ajuda a nos tornarmos plenamente filhos (filhas) de Deus.
Se o casamento pode ser considerado uma autêntica vocação, é porque ele só pode ser vivido pelos batizados, sob o olhar de Deus. Já que a liberdade consiste em realizar plenamente, na fidelidade, aquilo para que o Senhor nos chama, convém nos encontrarmos sempre com Deus para viver plenamente a graça do casamento. Esta vocação é o aprendizado do que será a vida eterna. O casamento, também extremamente apropriado para este treino consiste em darmos nossa vida sem volta, sem contrapartida.
Toda vocação concerne em primeiro lugar ao próprio interessando, mas visto que ela é um ato de Deus, inclui aos outros. A resposta ao chamado de Deus não diz respeito só à minha resposta faz-se esperar, esta pedra faltará à construção! Neste sentido, um lar cristão, por sua existência, é uma testemunha viva prestada ao amor de Deus. Realiza-se através da sua edificação a palavra de Jesus: “Vocês são a luz do mundo... Assim louvem o Pai vocês que está no céu” (Mt 5,14-16).
Dois sacramentos edificam e estruturam a Igreja: trata-se do sacramento do matrimônio e do sacramento da ordem. Uma família cristã que vive com humildade a graça do casamento participa ativamente da vida da Igreja, antes mesmo de qualquer compromisso específico numa determinada associação ou movimento. A educação das crianças, o desabrochar do lar são as primeiras missões confiadas por Deus aos esposos. O sacramento da ordem, por sua vez, estrutura a vida da Igreja. É por isso que este chamado de Deus é fundamental na vida eclesial. A carência de respostas afeta profundamente a vida das comunidades cristãs. O que significa então ser chamado por Deus para se tornar padre?
Vocação sacerdotal
“Não foram vocês que me escolheram, diz o Senhor, mas fui eu que escolhi vocês.”
(Jo 15,16)
O padre é alguém que é tirado do meio do povo e consagrado por Deus para o serviço desse mesmo povo nas coisas que se referem a Deus.
Ele é o representante de Deus junto ao povo e do povo junto a Deus. É o grande mediador. Seu papel é continuar a missão de Jesus Cristo – cabeça da Igreja – o único e eterno sacerdote.
O padre vive no seio da comunidade cristã e com ela exerce o seu ministério. Cabe ao padre especificamente:
· Criar a comunidade eclesial;
· Alimentar a comunidade com a Palavra de Deus e os sacramentos;
· Servir, governar e defender a comunidade (missão régia);
· Santificar a comunidade (missão sacerdotal);
· Ensinar a comunidade (missão profética).
O padre é um homem chamado e ungido por Deus, isto é, sacramento ordenado par ministrar a Eucaristia (missa), os ensinamentos e o governo pastoral da Igreja. O sacramento da ordem é conferido e exercido em três graus: o episcopado (bispos) – plenitude do sacramento da ordem; o presbiterado (padre) – são os colaboradores dos bispos e tem a mesma dignidade sacerdotal deles; o diaconato – “para o serviço” (não recebem o sacerdócio ministerial)1
O padre continua os gestos e a atitude de Cristo. É alguém que deve estar pronto para dar a vida pelo seu povo. Ele é o apostolo e testemunha de Jesus Cristo porque continua seus gestos salvadores: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundancia!” (Jo 10,10).
Na Igreja Católica do Ocidente, somente os solteiros podem ser padres. A Igreja escolhe seus sacerdotes entre os celibatários. Isto os torna mais livres e disponíveis a Deus e à comunidade, além de ser um sinal de como vivermos no céu.
“Um padre feliz no seu ministério faz, sem ele mesmo saber, muito bem, pois é certo que a identificação possível com um padre é para um adolescente critério importante no desenvolvimento da sua própria vocação”. 2
1 Cf. Catecismo da Igreja Católica n° 1593 – 1596.
2 SOUBIAS, Pe. Hervés. Como discernir sua vocação? São Paulo: Paulinas, 1999. pp.36-7.
Vocação laical
Por “leigos” entende-se aqui o conjunto dos fiéis, com exceção daqueles que receberam uma ordem sacra ou abraçaram o estado religioso pela Igreja, isto é, os fiéis que – por haverem sido incorporados em Cristo pelo batismo e constituídos em povo de Deus, e por participarem a seu modo do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo – realizam na Igreja e no mundo, na parte que lhes compete, a missão de todo o povo cristão.
A palavra “leigo” é de origem grega: “laos” que significa “povo”.
Somos todos leigos desse novo nascimento que é o batismo!
Povo de Deus
O ministério de nosso chamado, de nossa vocação, atua sempre no segredo do coração, nesse espaço do espírito onde cada um de nós encontra Deus. Qualquer que seja a maneira, esse encontro é sempre único para cada um.
Mas o encontro com Deus, quando autêntico, sempre está acompanhado da tomada de consciência da pertença a um povo.
É uma Igreja que Deus convoca; é um povo que ele reúne; é uma família que ele convida a mesa.
Somos introduzidos nisso pelo batismo.
Compartilhamos da sua vida plena eucarística.
Deus não desenraiza; não quebra as solidariedades. Mesmo quando nos convida a “deixar tudo para segui-lo”, nunca nos convida a renegar as nossas origens, nosso sangue, nosso meio, nossos pais, nossa raça.
Sem dúvida, é preciso descobrir uma nova maneira de viver essas relações humanas, mas a tomada de consciência do fato de pertencermos ao povo de Deus, que é a Igreja, nunca implica o esquecimento de que pertencemos ao corpo de carne e sangue no qual nos foi dado nascer.
Oriundos da cidade ou do campo, passamos a ser membros de um povo reunido por Deus para uma missão.
A nós cabe corresponder ao desejo imenso de Deus que quer reunir todos os homens em torno da sua mesa.
Impossível chegar ai desacompanhado!
Pensa-se às vezes que o termo vocação se aplica exclusivamente ao chamado religioso ou sacerdotal, como se Deus não se ocupasse dos que estão no mundo, deixando-os entregues à sua própria liberdade. Felizmente, a fé da Igreja nos permite dizer que o casamento é uma vocação e que convém preparar-se para ele e vivê-lo como um chamado para a santidade.
Se o casamento é uma autêntica vocação, ele deve conduzir os felizes beneficiários a viver no amor e a realizar nesta condição de vida a vocação universal do amor, que é próprio de todo homem. Portanto, é com estes sentimentos que convém nos prepararmos para o casamento.
Freqüentemente a reflexão que vem aos lábios dos noivos é a seguinte: “Esta moça (este rapaz) me convém perfeitamente, eu acho que ela (ele) me fará feliz”. Concepção altamente perigosa, visto que faz do outro o meio da nossa realização em vez de colocar a nossa própria vida a serviço do desabrochar do outro. Para saber se amamos realmente alguém com o objetivo de nos casarmos, devemos, ao contrário, fazer-nos a seguinte pergunta: “Desejo tornar o outro feliz? Estou pronto a lhe dar tudo, até a minha própria vida, realizando assim o mandamento do amor que Cristo confiou aos seus discípulos na véspera da sua morte?”.
Este desejo não é suficiente, ainda que necessário. Ele deve acompanhar os atos pelos quais manifestamos ao outro que estamos lhe dando a nossa vida. Aliás, é o que exprime muito claramente o ritual do sacramento do casamento: a fórmula de troca dos consentimentos não significa que dali em diante nós tomamos possessão da vida do outro para fazer dela o que bem entendermos, mas que nós o recebemos como um presente de Deus e lhe damos tudo que somos para amá-lo ao longo da nossa vida, na fidelidade e no esquecimento de nós mesmos.
Assim sendo, o casamento é a realização deste chamado universal para a santidade do amor, que caracteriza toda a vida humana. Visto que este chamado dirige-se a homens e mulheres pecadores, infalivelmente suscitará uma conversão. Não devemos receá-la, e, se formos realmente crentes, convém até desejá-la. O outro será assim o mais belo presente que o Senhor poderia nos dar, já que Ele nos ajuda a nos tornarmos plenamente filhos (filhas) de Deus.
Se o casamento pode ser considerado uma autêntica vocação, é porque ele só pode ser vivido pelos batizados, sob o olhar de Deus. Já que a liberdade consiste em realizar plenamente, na fidelidade, aquilo para que o Senhor nos chama, convém nos encontrarmos sempre com Deus para viver plenamente a graça do casamento. Esta vocação é o aprendizado do que será a vida eterna. O casamento, também extremamente apropriado para este treino consiste em darmos nossa vida sem volta, sem contrapartida.
Toda vocação concerne em primeiro lugar ao próprio interessando, mas visto que ela é um ato de Deus, inclui aos outros. A resposta ao chamado de Deus não diz respeito só à minha resposta faz-se esperar, esta pedra faltará à construção! Neste sentido, um lar cristão, por sua existência, é uma testemunha viva prestada ao amor de Deus. Realiza-se através da sua edificação a palavra de Jesus: “Vocês são a luz do mundo... Assim louvem o Pai vocês que está no céu” (Mt 5,14-16).
Dois sacramentos edificam e estruturam a Igreja: trata-se do sacramento do matrimônio e do sacramento da ordem. Uma família cristã que vive com humildade a graça do casamento participa ativamente da vida da Igreja, antes mesmo de qualquer compromisso específico numa determinada associação ou movimento. A educação das crianças, o desabrochar do lar são as primeiras missões confiadas por Deus aos esposos. O sacramento da ordem, por sua vez, estrutura a vida da Igreja. É por isso que este chamado de Deus é fundamental na vida eclesial. A carência de respostas afeta profundamente a vida das comunidades cristãs. O que significa então ser chamado por Deus para se tornar padre?
Vocação sacerdotal
“Não foram vocês que me escolheram, diz o Senhor, mas fui eu que escolhi vocês.”
(Jo 15,16)
O padre é alguém que é tirado do meio do povo e consagrado por Deus para o serviço desse mesmo povo nas coisas que se referem a Deus.
Ele é o representante de Deus junto ao povo e do povo junto a Deus. É o grande mediador. Seu papel é continuar a missão de Jesus Cristo – cabeça da Igreja – o único e eterno sacerdote.
O padre vive no seio da comunidade cristã e com ela exerce o seu ministério. Cabe ao padre especificamente:
· Criar a comunidade eclesial;
· Alimentar a comunidade com a Palavra de Deus e os sacramentos;
· Servir, governar e defender a comunidade (missão régia);
· Santificar a comunidade (missão sacerdotal);
· Ensinar a comunidade (missão profética).
O padre é um homem chamado e ungido por Deus, isto é, sacramento ordenado par ministrar a Eucaristia (missa), os ensinamentos e o governo pastoral da Igreja. O sacramento da ordem é conferido e exercido em três graus: o episcopado (bispos) – plenitude do sacramento da ordem; o presbiterado (padre) – são os colaboradores dos bispos e tem a mesma dignidade sacerdotal deles; o diaconato – “para o serviço” (não recebem o sacerdócio ministerial)1
O padre continua os gestos e a atitude de Cristo. É alguém que deve estar pronto para dar a vida pelo seu povo. Ele é o apostolo e testemunha de Jesus Cristo porque continua seus gestos salvadores: “Eu vim para que todos tenham vida e a tenham em abundancia!” (Jo 10,10).
Na Igreja Católica do Ocidente, somente os solteiros podem ser padres. A Igreja escolhe seus sacerdotes entre os celibatários. Isto os torna mais livres e disponíveis a Deus e à comunidade, além de ser um sinal de como vivermos no céu.
“Um padre feliz no seu ministério faz, sem ele mesmo saber, muito bem, pois é certo que a identificação possível com um padre é para um adolescente critério importante no desenvolvimento da sua própria vocação”. 2
1 Cf. Catecismo da Igreja Católica n° 1593 – 1596.
2 SOUBIAS, Pe. Hervés. Como discernir sua vocação? São Paulo: Paulinas, 1999. pp.36-7.
Vocação laical
Por “leigos” entende-se aqui o conjunto dos fiéis, com exceção daqueles que receberam uma ordem sacra ou abraçaram o estado religioso pela Igreja, isto é, os fiéis que – por haverem sido incorporados em Cristo pelo batismo e constituídos em povo de Deus, e por participarem a seu modo do múnus sacerdotal, profético e real de Cristo – realizam na Igreja e no mundo, na parte que lhes compete, a missão de todo o povo cristão.
A palavra “leigo” é de origem grega: “laos” que significa “povo”.
Somos todos leigos desse novo nascimento que é o batismo!
Povo de Deus
O ministério de nosso chamado, de nossa vocação, atua sempre no segredo do coração, nesse espaço do espírito onde cada um de nós encontra Deus. Qualquer que seja a maneira, esse encontro é sempre único para cada um.
Mas o encontro com Deus, quando autêntico, sempre está acompanhado da tomada de consciência da pertença a um povo.
É uma Igreja que Deus convoca; é um povo que ele reúne; é uma família que ele convida a mesa.
Somos introduzidos nisso pelo batismo.
Compartilhamos da sua vida plena eucarística.
Deus não desenraiza; não quebra as solidariedades. Mesmo quando nos convida a “deixar tudo para segui-lo”, nunca nos convida a renegar as nossas origens, nosso sangue, nosso meio, nossos pais, nossa raça.
Sem dúvida, é preciso descobrir uma nova maneira de viver essas relações humanas, mas a tomada de consciência do fato de pertencermos ao povo de Deus, que é a Igreja, nunca implica o esquecimento de que pertencemos ao corpo de carne e sangue no qual nos foi dado nascer.
Oriundos da cidade ou do campo, passamos a ser membros de um povo reunido por Deus para uma missão.
A nós cabe corresponder ao desejo imenso de Deus que quer reunir todos os homens em torno da sua mesa.
Impossível chegar ai desacompanhado!