O cardeal brasileiro também disse que o argentino foi ganhando votos à medida que a eleição ocorria, num pleito em que ele não era favorito. "Bergoglio veio surgindo. E foi uma bela surpresa", completou Damasceno, que, com um saco de jornal na mão, voltou ao Vaticano.
Já o arcebispo de Brasília, dom Sergio da Rocha, disse hoje que a participação do argentino na Jornada Mundial da Juventude (JMJ), entre os dias 23 e 28 de julho no Rio de Janeiro, já era aguardada, independentemente dele ser eleito.
"Vai ser uma de suas primeiras viagens, se não a primeira", disse. "Nada altera o que é essencial para a jornada: um momento especial de encontro de jovens do mundo inteiro com o papa. Por isso, não se coloca em dúvida a vinda do papa ao Brasil."
A expectativa é que 2 milhões de pessoas participem do encontro. "Temos ainda um elemento novo: muita gente que não ia participar agora poderá ir para se encontrar com o novo papa", acrescentou.
A eleição do cardeal argentino, no entanto, deve acarretar "várias mudanças" no calendário de eventos da JMJ . A informação foi divulgada pelo vice-presidente do comitê organizador local do evento, dom Antonio Augusto Dias Duarte.
Para o arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta, a eleição de um papa latino-americano, porém, deverá "aumentar a curiosidade" das pessoas em relação à JMJ e "atrair um número ainda maior de jovens provenientes de vários países vizinhos" ao Brasil.
Leia análises sobre pontífice
Nesta quinta-feira, o porta-voz do Vaticano, padre Federico Lombardi, comentou que Bergoglio fala seis idiomas. "Obviamente, ele fala espanhol, italiano -- como ouvimos ontem --, alemão, inglês, francês, e talvez também o português, o qual deverá aperfeiçoar para viajar ao Rio de Janeiro".
Segundo o vice-presidente do Comitê Organizador Local da Jornada, dom Antônio Augusto, o papa deverá participar de pelo menos quatro atividades da Jornada e deverá fazer seu primeiro pronunciamento na praia de Copacabana, no final da tarde do dia 25.
Agenda do papa no Rio
O pronunciamento deverá ocorrer em um palco montado na praia, onde o papa será oficialmente recebido pelo arcebispo do Rio de Janeiro, dom Orani Tempesta. "Dom Orani saudará o papa. Haverá também os jovens representantes de cada continente, que irão cumprimentá-lo. Depois haverá um momento de oração", disse dom Antônio.O papa deverá se pronunciar em pelo menos outras três ocasiões. No final da tarde do dia seguinte (26), Francisco voltará a falar com os jovens, durante a encenação da Via Sacra, que ocorrerá na Avenida Atlântica, na Praia de Copacabana. A previsão é que o pontífice acompanhe a procissão do palco, a partir de um telão, e também diga algumas palavras.
Na noite do dia 27, haverá uma vigília no bairro de Guaratiba, na zona oeste da cidade. Por volta das 20h, espera-se que o papa Francisco converse com os jovens e responda a perguntas feitas por ele, durante esse encontro.
No dia seguinte (28), no mesmo local, está prevista a celebração da missa final da Jornada Mundial da Juventude. "A partir das 9h, o papa chegará novamente a Guaratiba, circulará com o papamóvel no meio da multidão, celebrará a missa ao meio-dia e já anunciará qual será a próxima cidade da Jornada Mundial da Juventude", disse o vice-presidente do comitê organizador do evento.
Segundo dom Antônio Augusto, é possível que o papa participe de outros eventos durante sua estada no Rio de Janeiro. Mas a agenda definitiva de Francisco só deverá ser acertada depois de encontro de dom Orani com o pontífice, no Vaticano, nas próximas duas semanas.
A última JMJ ocorreu em agosto de 2011, na capital espanhola, Madri, sendo que o público estimado foi de dois milhões de pessoas. (Com Agência Brasil, Estadão Conteúdo e Ansa)
Fonte: UOL.COM.BR